IMPOSTÔMETRO


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

POR UMA CIDADE MELHOR!!!


Uma aula de História: O Futuro do PT


Por Lucia Hippolito
 
Nascimento” do PT:
O PT nasceu de cesariana, há 29 anos. O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base.
Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira.
Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT... Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista que foi o general Golbery.
Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.
“Crescimento” do PT:
O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.
O PT lançava e elegia candidatos, mas não "dançava conforme a música". Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas.
O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto.
Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros.
Tudo muito chique, conforme o figurino.
“Maioridade” do PT:
E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.
Pessoas honestas e de princípios se afastam do PT.
A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior.
Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.
Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto.
E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.
Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.
Quem ficou no PT?
Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas.
Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.
Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República.
Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus. Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente.
É o triunfo da pelegada.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

É TEMPO DE DIZER BASTA!

O jornal O Globo publicou em maio um editorial que faz uma análise de um fenômeno da maior gravidade que ocorre atualmente em nosso país e que merece a atenção de quem acredita que a honestidade é que deve ser o guia essencial da administração pública no Brasil.              
O editorial revelou no título esta questão: “A municipalização da corrupção”. O texto do jornal alerta que hoje em dia a corrupção parece constituir uma epidemia nos municípios brasileiros e isso é um fato que está à nossa frente todos os dias.                
A corrupção nos municípios afeta setores fundamentais para a vida da população, colocando em risco até sua integridade física. O nível de criminalidade nos municípios brasileiros chega a ser assustador. Na raiz da corrupção que envolve altos dirigentes do PT e levou dezenas deles ao papel de réus no inquérito do mensalão que está no STF está o assassinato de um amigo íntimo do ex-presidente Lula, o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.
Um exemplo municipal é o que ocorre bem debaixo do nosso nariz. O prefeito de nossa cidade, Maffei (PT), foi condenado e multado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) em 500 Ufesp (R$ 8.725,00) por realizar parcerias irregulares com as Oscips (Ágere e Ciap), bem como ilegais os atos determinativos de despesas.  O Relator determinou ainda, por forças dos expedientes TCs-7147/026/07 e 18113/026/10, a expedição de ofícios ao Ministério Público do Estado de São Paulo e ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Essa condenação é só de um processo, dentre vários outros processos no Tribunal de Contas que o prefeito Maffei (PT) está envolvido.
A corrupção nos municípios tem contribuído para destruir o patrimônio público construído em décadas. Além disso, essa distribuição ilícita do dinheiro do contribuinte para empresas não-capacitadas afasta o empresário honesto, que poderia prestar serviços de qualidade. E o dinheiro dos impostos que deveria fortalecer as economias locais vai para os bolsos de criminosos.
 Com o tempo foi-se criando uma situação de incapacidade técnica e falta de tecnologia em todos os setores, com as prefeituras perdendo a infra-estrutura que já existia e deixando de construir novas estruturas.
 A corrupção também age nos municípios como destruidora da democracia, na medida que desmoraliza a atividade política, que é o meio de organizar, fiscalizar e acompanhar a administração pública em um Estado democrático.
 O editorial de O Globo destaca que o governo federal tem um alto nível de exposição do governo federal e isso o deixa mais vulnerável à necessária vigilância da sociedade, seja por organizações não governamentais, partidos políticos de oposição e a própria imprensa profissional, independente, no que concordamos.
 Mas só que o mesmo não ocorre nos municípios. E esta é a única ressalva que temos ao editorial, que no restante é irretocável.
 Aqui em Porto Feliz, o Executivo tem exercido um peso enorme no encobrimento de irregularidades e para isso concorrem inclusive a várias autoridades, que agem em conjunto com prefeitos e vereadores para impedir que haja transparência e ajudam — ou chefiam em muitos casos — até na pressão sobre a sociedade civil para impedir que haja qualquer fiscalização sobre as prefeituras.
 Deputados e ministros agem inclusive usando verbas federais, que permitem ao prefeito Maffei (PT) mascarar com obras propagandísticas o que fazem às escondidas.
 Cabe frisar também, que aqui em nossa cidade, é bem menor a atuação independente da imprensa. Jornais, rádios e televisões trabalham geralmente em conformidade com a vontade de prefeitos. São raros os que escapam dessa submissão. A maioria tem o silêncio comprado por verbas publicitárias.
 Em Porto Feliz apenas um veículo de comunicação não obedece ao mando do prefeito. É o Jornal Tribuna das Monções, que busca fazer um jornalismo independente e isento.
 Outra instituição que não cumpre com o objetivo essencial de sua existência é o Poder Legislativo dos municípios. Aqui, a situação já chegou ao nível do acinte, pois os vereadores ligados ao prefeito Maffei (PT) agem deliberadamente para evitar qualquer fiscalização sobre o executivo.
 Maffei comanda com mão-de-ferro a maioria dos vereadores. A Câmara da cidade virou um braço a mais do Executivo, como se fosse uma secretaria menor que apenas atende ordens do prefeito.
 São nove os vereadores da cidade e apenas três deles divergem dessa falta de atenção ao dever principal da Câmara, tão essencial que está inscrito até na Constituição Brasileira: o de fiscalizar. Esses três são: vereador GERÃO (DEM), vereador ARMANDO AMBRÓSIO (DEM) e vereador COQUINHO (PSDB).
 Em relação à ética e a transparência, a bancada dominada pelo prefeito age apenas no sentido de atacar e tentar intimidar os que exigem que a Câmara cumpra seu papel constitucional. E toda a bancada governista se furta ao dever escrito na Constituição Brasileira.
 Nossa cidade sofre um total descaso. Realmente a nossa cidade esta abandonada e não sei se é proposital ou incompetência das pessoas que dirigem a cidade.  A única coisa que sei, é que 2012 está chegando e ando muito otimista, e acho que no ano que vem nas eleições, a população vai dar uma bela resposta a essa Administração...

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

CASO SAMU

O Fantástico apresentou na edição de ontem (25/09/20110), a triste radiografia de um serviço público essencial: as ambulâncias do Brasil precisam de socorro. A equipe do Fantástico percorreu sete estados e, além de flagrantes absurdos de precariedade, descobriram que mais de 1,2 mil ambulâncias novas estão paradas, abandonadas - um desperdício de dinheiro público.
SAMU de Porto Feliz está parada há 1 ano no Batalhão do
Corpo de Bombeiros sem funcionar
Um homem sofre convulsões e é resgatado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atende 112 milhões de brasileiros. Em um acidente de trânsito, uma mulher precisa de socorro, e também é o Samu que entra em ação. “Mesmo o rico, o pobre, toda pessoa pode sofrer um acidente, e o primeiro atendimento é o Samu”, afirma o procurador da República Alan Mansur Silva.
Mas, no Brasil inteiro, o péssimo estado de muitas ambulâncias prejudica o socorro. Uma ambulância só tem um limpador de para-brisa. O óleo está vazando, e a tampa do reservatório de água é uma luva cirúrgica improvisada. Quando chove, pinga dentro da ambulância, inclusive na cabeça do paciente.
Para registrar flagrantes, as equipes percorreram sete estados. Em quatro semanas, a equipe do Fantástico rodou mais de três mil quilômetros. Dezenas de denúncias foram recebidas e investigadas.
Segundo o Ministério da Saúde, 281 veículos foram enviados em 2010 e neste ano para São Paulo. Ao todo, 242 estão parados (INCLUSIVE A SAMU DE PORTO FELIZ), espalhados por quase todo o estado. No caso paulista, as ambulâncias são entregues diretamente às prefeituras.
O Ministério da Saúde informou que, agora, os municípios têm 90 dias, a contar do recebimento da ambulância, para iniciar o atendimento. Com uma novidade: a fiscalização vai ser informatizada e em tempo real.
“Vamos ter o controle do funcionamento real de cada ambulância, de cada Samu municipal ou regional. Nós estamos aprimorando os controles para o bom uso do recurso público”, afirmou Helvécio Magalhaes Junior, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.
Ambulâncias paradas podem ser remanejadas para outras cidades. “Nós determinamos um ofício aos municípios e estados cobrando uma solução. Nós não podemos permitir que ambulâncias fiquem paradas e as pessoas precisando”, acrescentou Helvécio Magalhaes Junior, do Ministério da Saúde.
A voz de quem sofre com o apagão da saúde pública a de ser mais forte que dos cansados que sofreram com o apagão aéreo. Os necessitados da saúde estão cansados, mas não têm a quem recorrer, e ainda tem que batalhar todo o dia pra conseguir mais uma consulta. Diante desta realidade - que não é vista como novidade, mas como um problema que já se tornou crônico e exige solução rápida - quem mais sofre é a população carente, que depende exclusivamente dos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde).

SAMU: a falência da saúde pública

O Fantástico apresentou na edição de ontem (25/09/20110), a triste radiografia de um serviço público essencial: as ambulâncias do Brasil precisam de socorro. A equipe do Fantástico percorreu sete estados e, além de flagrantes absurdos de precariedade, descobriram que mais de 1,2 mil ambulâncias novas estão paradas, abandonadas - um desperdício de dinheiro público.
SAMU  de Porto Feliz está para há 1 ano no Batalhão de Corpo
de Bombeiros sem funcionar
Um homem sofre convulsões e é resgatado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atende 112 milhões de brasileiros. Em um acidente de trânsito, uma mulher precisa de socorro, e também é o Samu que entra em ação. “Mesmo o rico, o pobre, toda pessoa pode sofrer um acidente, e o primeiro atendimento é o Samu”, afirma o procurador da República Alan Mansur Silva.
Mas, no Brasil inteiro, o péssimo estado de muitas ambulâncias prejudica o socorro. Uma ambulância só tem um limpador de para-brisa. O óleo está vazando, e a tampa do reservatório de água é uma luva cirúrgica improvisada. Quando chove, pinga dentro da ambulância, inclusive na cabeça do paciente.
Para registrar flagrantes, as equipes percorreram sete estados. Em quatro semanas, a equipe do Fantástico rodou mais de três mil quilômetros. Dezenas de denúncias foram recebidas e investigadas.
Segundo o Ministério da Saúde, 281 veículos foram enviados em 2010 e neste ano para São Paulo. Ao todo, 242 estão parados (INCLUSIVE A SAMU DE PORTO FELIZ), espalhados por quase todo o estado. No caso paulista, as ambulâncias são entregues diretamente às prefeituras.
O Ministério da Saúde informou que, agora, os municípios têm 90 dias, a contar do recebimento da ambulância, para iniciar o atendimento. Com uma novidade: a fiscalização vai ser informatizada e em tempo real.
“Vamos ter o controle do funcionamento real de cada ambulância, de cada Samu municipal ou regional. Nós estamos aprimorando os controles para o bom uso do recurso público”, afirmou Helvécio Magalhaes Junior, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.
Ambulâncias paradas podem ser remanejadas para outras cidades. “Nós determinamos um ofício aos municípios e estados cobrando uma solução. Nós não podemos permitir que ambulâncias fiquem paradas e as pessoas precisando”, acrescentou Helvécio Magalhaes Junior, do Ministério da Saúde.
A voz de quem sofre com o apagão da saúde pública a de ser mais forte que dos cansados que sofreram com o apagão aéreo. Os necessitados da saúde estão cansados, mas não têm a quem recorrer, e ainda tem que batalhar todo o dia pra conseguir mais uma consulta. Diante desta realidade - que não é vista como novidade, mas como um problema que já se tornou crônico e exige solução rápida - quem mais sofre é a população carente, que depende exclusivamente dos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde).

UNIDOS POR PORTO FELIZ

 
Na noite da última sexta-feira 23/9, as principais lideranças da cidade de Porto Feliz reuniram-se na chácara do empresário e vice-presidente do PSDB Sr. Paulo Guerini. Na ocasião estiveram presentes os presidentes e representantes dos partidos de oposição composto por PSDB, DEM, PP, PTB, PSL, PV, PSD, PSDC, PSC e PHS além de militantes, empresários, professores, jornalistas, funcionários públicos, agricultores, intelectuais e cidadãos que não compactuam com a atual administração.
Ficou acordado que a oposição seguirá unida em defesa da nossa querida cidade de Porto Feliz, cada partido indicou um pré-candidato a Prefeito que será convergido em uma única candidatura de oposição e apoiada por todo grupo. Discursaram os senhores José Eud Antunes e o Ver.  José Antonio Queiroz da Rocha “Coquinho” (PSDB), Ver. José Geraldo Pacheco da Cunha Filho “Gerão” e Ver. Armando Ambrosio (DEM), Odelio Leite (PP), Levi Rodrigues (PSC), Antonio Augusto Alcalá “Xuxo” (PTB) e o ex-prefeito Professor Erval Steiner (PSD).

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Prefeito Cláudio Maffei é condenado pelo TCE

O prefeito de Porto Feliz Cláudio Maffei (PT) foi condenado e multado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) em 500 Ufesp (R$ 8.725,00) por realizar parcerias irregulares com as Oscips (Ágere e Ciap), bem como ilegais os atos determinativos de despesas. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado no dia 14 de setembro.
Com base na Lei Complementar n.º 709/93, o Relator do Processo, Conselheiro Robson Marinho, aplicou a multa pecuniária ao Prefeito Maffei, por violação aos artigos 3º e 10, ambos da Lei n.º 9.790/1999; ao artigo 37, II e XXI, da Constituição Federal; ao artigo 3º da Lei n.º 8.666/93, e aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da isonomia.
Por fim, o Relator determinou por forças dos expedientes TCs-7147/026/07 e 18113/026/10, a expedição de ofícios ao Ministério Público do Estado de São Paulo e ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Vereador Gerão é entrevistado no programa Questão de Opinião

O programa Questão de Opinião, da rádio FM Conquista, entrevistou no último dia 02/09/11 sexta-feira, ao vivo, o vereador Gerão, que na oportunidade falou sobre sua possível candidatura a prefeito e sobre o cenário político da nossa cidade.
Gerão no Programa Questão de Opinião
O apresentador Gianpaulo, citou o Cenário Político de Porto Feliz, como carro chefe da entrevista, elogiou Gerão pelo trabalho realizado na Câmara Municipal e disse que está preocupado com os jovens de nossa cidade, já que numa pesquisa realizada, 87% não gostam de política.
Gerão citou aos ouvintes que o seu partido (DEMOCRATAS), está fazendo um projeto de conscientização política na cidade, justamente para fazer que a sociedade seja mais participativa nas decisões que envolvem temas importantes para o município.
Gerão também explicou como funciona o trabalho do vereador, falou sobre a atuação do prefeito e sobre eleições 2012.
Ao ser indagado sobre as próximas eleições, Gerão verbalizou que espera uma unidade do bloco de oposição.
Para ouvir a entrevista, clique no link abaixo:

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Como se constrói um mito fraudulento

Por Maurício Cazagrande
Mesmo distantes dos fatos, grandes versões da história política podem chegar à sociedade como se fossem verdades absolutas. Com o apoio e conivência de parlamentares, setores de imprensa, e parcela da sociedade civil, mais um mito está sendo criado à frente de nossos olhos: a presidente Dilma Rousseff seria uma autoridade pública implacável contra a corrupção. Mas esse equívoco com relação ao papel de Dilma Rousseff no comando do governo foi destrinchado e demolido no artigo do cientista político Marco Antonio Villa, publicado no jornal O Globo.
De acordo com Villa, esse mito da faxina se dá sobre os escombros de uma grande inverdade, de que a presidente Dilma Rousseff seria uma grande administradora. Com tantos atrasos nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), auxiliares envolvidos em irregularidades, intrigas entre membros do primeiro escalão, infraestrutura em frangalhos, é difícil manter a tese de que Dilma seja uma gestora excepcional.
Por isso, para deixar para trás um fracasso, foi um presente para o governo a ideia imaginária de Dilma como a faxineira que afasta todos os envolvidos com os mal-feitos. Para se formar essa historinha, no mínimo, é preciso esquecer que a maioria dos escândalos surgiu na imprensa, o governo tentou poupar os envolvidos por um período de tempo e sempre houve desqualificação das denúncias.
Talvez caiba lembrar que o titubeio do Brasil com relação aos movimentos contra as ditaduras na Líbia e na Síria também destruíram uma promissora imagem de Dilma Rousseff como apoiadora dos direitos humanos. Além disso, lembra Villa, a tal “faxina” ocorre sem que se saiba de apuração séria das denúncias em nenhum dos órgãos cabíveis. Simplesmente troca-se o titular da pasta sob suspeita e demitem os auxiliares sobre os quais pesaram as desconfianças. Não se fala, por exemplo, de recuperação de dinheiro roubado ou desviado. “As denúncias de desvio de milhões de reais não foram apuradas, sequer internamente, em um processo administrativo. Muito menos na esfera judicial”, afirma Villa.
Os fatos mostram que Dilma Rousseff, apesar de pousar de faxineira, é “herdeira e partícipe ativa do presidencialismo de transação, a presidente acabou prisioneira deste sistema” conclui o pensador. No fundo, a presidente não sabe muito bem o que fazer, pois nenhuma grande reforma que acabasse de fato com o foco da corrupção – a maneira como o poder é repartido no Brasil – está em pauta.

A rotina de Dilma tem sido tentar diminuir o impacto das denúncias de corrupção logo que essas são veiculadas. Apenas quando quase nada mais pode ser feito, caem os envolvidos.A grande sorte do governo é que Dilma conseguiu se passar, junto à opinião pública, como figura ativa no processo. Não é o caso.
“Em meio ao desgaste, o governo foi obrigado a substituir o figurino da presidente: trocou a fantasia, já gasta, de eficaz gestora, por outra, novinha em folha, a de moralizadora da administração pública, que vem acompanhada de uma vassoura. E, por incrível que pareça, já está colhendo os primeiros frutos. Todos estão elogiando a “faxina”, escreveu Villa.
Não importa, para aqueles que são cúmplices dessa imagem de Dilma, que as estruturas de corrupção estejam intocadas. O que interessa é que o rótulo “colou”. Dane-se a realidade se essa não for conveniente. De acordo com Villa, é fantasiosa a versão de que ajudar Dilma nesse momento é afastá-la do ex-presidente – o verdadeiro responsável por tal sistema caótico e intrinsecamente corrupto.
Parlamentares, quando abrem mão de suas prerrogativas e deixam de assinar uma CPI da Corrupção em nome do tal apoio à faxina inexistente apenas fazem o jogo do governo e seus apoiadores. Deixam tudo como está.

É só o começo da luta

Por Fernando Moreno Machado
A mobilização de milhares de pessoas no feriado de 7 de setembro deixou claro que os os brasileiros não perderam sua capacidade de se indignar. É o que destaca a edição desta quinta-feira (8) da Carta de Mobilização Política do Instituto Teotônio Vilela (ITV). “Ao contrário do que gostariam os petistas, as marchas anticorrupção que pipocaram no país não foram invenção da mídia; foram atos espontâneos de pessoas que se cansaram de ver o estado atual de deterioração das coisas”, diz trecho do documento. De acordo com o ITV, nesta data cívica a sociedade brasileira mostrou que quer ver o país independente das mazelas a que foi submetido nos últimos anos. Confira abaixo a íntegra:
Os brasileiros mostraram ontem que não perderam sua capacidade de se indignar. As marchas anticorrupção programadas ao redor do país tiveram boa adesão e a de Brasília chegou a rivalizar com o desfile militar da Independência. Podem ter sido as primeiras manifestações mais explícitas de que a sociedade não tolera a forma como o bem público vem sendo tratado.
O ato mais expressivo ocorreu na capital federal. Enquanto militares marchavam de um lado da Esplanada, cerca de 25 mil pessoas protestavam do outro. Incomodada, a segurança presidencial interpôs imensos tapumes de mais de 2 metros de altura para impedir que as autoridades divisassem os manifestantes. Barras de metal isolaram os protestos.
As marchas anticorrupção nasceram voluntariamente e assim devem continuar a prosperar. Usaram instrumentos de mobilização contemporâneos, como as redes sociais, passando ao largo das formas tradicionais. Também assim nasceram, por exemplo, os movimentos da primavera árabe e os protestos por melhor educação no Chile.
Ao contrário do que gostariam muitos petistas, as manifestações de ontem não foram invenção da mídia. Foram atos espontâneos que pipocaram pelos quatro cantos do país, partindo de pessoas que se cansaram de ver o estado atual de deterioração das coisas.
Os manifestantes anticorrupção independem de líderes; a indignação é combustível suficiente para motivá-los. Os protestos de ontem não tiveram cor partidária; o que moveu os participantes foi a repulsa à roubalheira, à corrupção, à ocupação desenfreada da máquina pública por interesses espúrios.
“Os atos de ontem indicam uma reação estimulante e cidadã contra os níveis alarmantes de desrespeito e desfaçatez demonstrados por autoridades no trato com o dinheiro e os interesses da coletividade”, comenta a Folha de S.Paulo em editorial.
Entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) reforçaram o movimento. Não por coincidência são as mesmas que, quase vinte anos atrás, se mobilizaram pelo impeachment de Fernando Collor de Mello.
Em contrapartida, organizações antes inflamadas e dispostas a gritar “contra tudo o que está aí” hoje se refestelam nas benesses oficiais. A UNE engorda seus cofres com polpudos repasses de verba federal; a CUT encastela-se na máquina pública e a maior parte das demais centrais se regozija com o imposto sindical criado pela gestão petista. “Alguns militantes trocaram de lado: das marchas anticorrupção no passado para as cadeias da Polícia Federal e as denúncias do Ministério Público, hoje”, continua o editorial da Folha.
Recentemente, em meio ao turbilhão de falcatruas que assola o governo petista, um comentarista do jornal espanhol El Pais mostrou sua estupefação com a baixa capacidade de os brasileiros se indignarem. Àquela altura apenas dois dos quatro ministros de Estado demitidos do governo Dilma por corrupção haviam perdido o emprego.
Os acontecimentos de ontem parecem indicar que algo começa a mudar. Foi apenas um primeiro passo, ainda tímido para as proporções que a indignação contra a corrupção já vem tomando na opinião pública. Mas, neste 7 de setembro, a sociedade brasileira mostrou que quer ver o país independente, e não submetido às mazelas com que tem sido governado nos últimos anos.
Fernando Moreno Machado é formado em Sociologia e Política pela FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), Secretáro-Geral do PSDB Porto Feliz-SP, Delegado Estadual e Nacional do PSDB.

Nas marchas país afora, brasileiros mostraram que não perderam a capacidade de indignação

Por Letícia Bogéa
A Marcha Contra a Corrupção levou milhares de pessoas à Esplanada dos Ministérios nessa quarta-feira (7) e mostrou a indignação popular diante da série de escândalos no governo federal. O deputado Otavio Leite (RJ), 1º vice-líder da bancada, aprovou o movimento, que incentiva o país a avançar na seriedade e no tratamento correto com a coisa pública. Cerca de 25 mil pessoas participaram do protesto em Brasília.
Segundo o parlamentar, a pressão da sociedade é fundamental para que o Congresso crie a CPI da Corrupção. “A população não aguenta mais conviver com notícias que trazem sempre péssimas informações sobre ética e correção na atividade pública. Esse governo prossegue em um emaranhado que só se agrava”, apontou nesta quinta-feira (8). “Milhares de brasileiros não param de manifestar sua indignação diante de tantas mazelas”, completou.
A marcha, organizada por meio de redes sociais na internet, se destacou entre as demais ocorridas país afora. As principais bandeiras levantadas pelos manifestantes estão em sintonia com os tucanos: fim da farra de irregularidades no governo federal e do voto secreto, além de críticas a não cassação da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF).
Enquanto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) apoiaram o protesto, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) não compareceram.
“Imaginar as entidades caladas diante de tanta corrupção é inaceitável. Esses movimentos também deveriam estar nas ruas reivindicando o combate à corrupção e pedindo aos parlamentares para que assinem a comissão de inquérito. Essa realidade mostra uma página muito negativa do momento político brasileiro”, lamentou.
Pelo Twitter, o líder do PSDB da Câmara, Duarte Nogueira (SP), considerou positivas as manifestações. De acordo com ele, elas são sinais de que a sociedade está atenta e que a pressão popular pode provocar mudanças.
“O governo não age, apenas reage. Na Câmara, a base aliada representa cerca de 400 dos 513 deputados. No Senado, 60 dos 81 integrantes. Sem a pressão da sociedade, o rolo compressor do governo neutraliza qualquer movimentação contrária aos interesses do Planalto. A CPI da Corrupção, por exemplo, tem 126 das 171 assinaturas necessárias na Câmara. E esse número vai aumentar à medida que a pressão das ruas crescer”, afirmou.
A frase:
“É preciso questionar a posição dessas entidades, afinal elas sempre tiveram na história um papel de luta em prol da democracia, da liberdade e da transparência. Hoje em dia, o que verificamos é o contrário: uma subserviência patrocinada pelo governo. É algo realmente inaceitável”.
Deputado Otavio Leite (RJ)
Desfile isolado
→ A Marcha Contra a Corrupção aconteceu na Esplanada dos Ministérios, mesmo lugar das comemorações oficiais do feriado da Independência. Os manifestantes levaram carros de som, cornetas, tambores e apitos para chamar a atenção da presidente Dilma e dos políticos. A Presidência, no entanto, tomou o cuidado de isolar a região do desfile de forma que Dilma não tivesse visto nem escutado o protesto.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Socialdemocracia, sindicatos e a oposição PSDB/DEM

Por Fernando Moreno Machado

A socialdemocracia surgiu a partir das lutas dos trabalhadores europeus. As condições sub-humanas de trabalho e as desigualdades produzidas pela economia de mercado despertaram a classe operária para a necessidade de organização e luta. Inicialmente, essa energia foi drenada para as organizações sindicais. Com o passar do tempo, parcelas crescentes perceberam os limites das lutas exclusivamente no terreno econômico. As lutas sindicais obtinham conquistas salariais e aprimoramento das regras do mercado de trabalho, mas não interferiam na dinâmica estrutural do sistema. Surgiu a consciência de que era preciso ir além da luta sindical e que era fundamental uma participação dos trabalhadores na vida política. Era preciso participar de projetos de poder e de mudanças sociais.
Essa nova etapa derivou para duas vertentes políticas: o movimento comunista internacional, à frente a União Soviética, e a 3ª Internacional Socialista. Na Europa ocidental, a partir da Alemanha, a corrente socialdemocrata.
A socialdemocracia, em contraste com os comunistas, partia de uma perspectiva reformista, aceitando a economia de mercado como a melhor forma de organização da economia e a democracia política como melhor regime para a resolução dos conflitos de interesses.
Daí, nasceu o Estado de bem estar social, implementado pela socialdemocracia na Europa, pelos democratas nos EUA e também, na sua versão latino-americana, pelo trabalhismo brasileiro e o peronismo argentino. A construção de um sistema público de saúde, a oferta de educação pública gratuita e a construção de um sistema previdenciário serviram para a equalização das oportunidades e para contrabalançar as exclusões produzidas pelo dinâmico sistema capitalista.
No Brasil, o PSDB nasceu em 1988, após a transição para a democracia, com uma visão programática socialdemocrata, a partir de quadros parlamentares, políticos e intelectuais.
É verdade que o PSDB de Minas cultiva, há muitos anos, intensos laços com o movimento sindical. Mas a criação, no último 20 de agosto, do Secretariado Estadual para Assuntos Sindicais e Trabalhistas (PSDB Sindical) representa um salto de qualidade na busca de uma concepção moderna e participativa de organização partidária.
Mais de cem dirigentes sindicais alinhados à Força Sindical, à Nova Central Sindical e à UGT atenderam ao chamado do senador Aécio Neves para participarem ativamente da construção de um projeto para o Brasil.
O PSDB Sindical terá uma cadeira na Executiva Estadual. Lançaremos diversos sindicalistas como candidatos em 2012. Promoveremos um amplo debate sobre a agenda do movimento sindical.
A crise da Europa é, em grande parte, do esgotamento do Estado do bem estar social, a crise de identidade da socialdemocracia internacional. Reinventar a socialdemocracia, em pleno século XXI, só será possível com a intensa participação das lideranças dos trabalhadores.

Fernando Moreno Machado é formado em Sociologia e Política pela FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), Secretáro-Geral do PSDB Porto Feliz-SP, Delegado Estadual e Nacional do PSDB.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

SAMU regional não funciona há um ano, o resultado: pacientes morrendo na rua sem socorro.

Apesar de toda a publicidade feita em relação ao "Samu 192 de Porto Feliz agora é Samu Regional", passados quase um ano, o sistema ainda não saiu do papel na absoluta maioria dos municípios que receberam com muita festa, veículos equipados com Unidade de Suporte Avançado (USA) e Unidade de Suporte Básico (USB). O anúncio dava conta de que as ambulâncias estariam prestando serviços aos usuários dos municípios de Porto Feliz, Votarantim, Sorocaba, Salto de Pirapora. Moradores dessas localidades afirmam que os carros não saem da garagem, cumprindo a proposta de regionalização do sistema a partir de uma Central Regional de Regulação Médica, instalada na cidade de Sorocaba.
As ambulâncias entregues aos municipios em setembro
de 2010, não atendem a população 
Este é um problema em várias cidades do interior de São Paulo. Só na nossa região (Sorocaba), são 13 ambulâncias novinhas, equipadas e que nunca socorreram ninguém. Estão paradas vai fazer um ano e pelos próximos meses vão continuar estacionadas. Só vão sair das garagens se houver um entendimento entre os secretários municipais de Saúde, que pretendem formar o SAMU regional.
Cada uma custou mais de R$ 100 mil. Foram doadas pelo Ministério da Saúde no ano passado. O equipamento é moderno, mas a população não tem acesso.
Desde o ano passado, ela permanece estacionada no Batalhão do Corpo de Bombeiros de Porto Feliz. Essa ambulância deveria estar na rua, mas, por enquanto serve apenas como depósito, para uma série de equipamentos que poderiam estar salvando vidas.
Muitos atendimentos poderiam ser solucionados até mesmo dentro dessa ambulância, porque o médico nessa UTI móvel poderia fazer vários procedimentos, sem ter a necessidade de levar a um hospital.
A prefeitura não quer assumir a manutenção desse serviço. O SAMU funciona em parceria entre Governo Federal, Estadual e Municípios. A justificativa da Prefeitura para o não funcionamento das ambulâncias é o custo de manutenção ou seria desinteresse? Como pode acontecer isso, se, cada prefeitura recebe do Ministério da Saúde R$ 12,5 mil por mês para manutenção das ambulâncias, se o serviço estiver funcionando.
O problema é quem está doente não pode esperar. Ambulâncias do Samu paradas desperdiçam vidas. É uma tragédia brasileira. Não há tradição de organização, planejamento, respeito ao patrimônio público e mais ainda: senso de dever e servir ao público.
Chegou à ambulância e está a quase um ano se deteriorando, enquanto a população fica sem socorro. Morre sem assistência e sem paramédicos. Não tem médicos e a ambulância parada todo esse tempo. Desperdício de patrimônio e desperdício de vidas.
No fundo, eles (Prefeitura), não estão equipados nem preparados para administrar. O pior é que é difícil corrigir o que faltou 10 ou 20 anos atrás: educação até para aproveitar ambulâncias e salvar vidas.
O que está em questão é que a viatura do SAMU, já deveria estar servindo a comunidade, só que o Poder Público não está nem um pouco preocupado com a nossa população e sim com suas questões pessoais, e o maior problema é este. O Prefeito não entende que ser um bom gestor é priorizar as questões que levam qualidade de vida aos cidadãos. Se a equipe do prefeito estivesse recebendo instruções para servir bem a comunidade, com certeza o SAMU já estaria funcionando há muito tempo. Falta competência administrativa, falta amor pelo servir ao povo, falta o dom de ser um verdadeiro servidor do bem público.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Oposição volta a destacar importância da CPI da Corrupção e pede pressão da sociedade sobre o Congresso

Por Marcos Côrtes

Em ato promovido pelo PSDB, DEM, PPS e Psol que lotou o plenário 6 da Câmara dos Deputados, a oposição voltou a defender nesta quarta-feira (31) a instalação da CPI da Corrupção. De acordo com as lideranças que discursaram no evento, as denúncias que pesam contra o governo Dilma e a absoluta inexistência da faxina prometida pela presidente reforçam a necessidade da comissão de inquérito. A importância da pressão da sociedade aos deputados e senadores que resistem a assinar o requerimento também foi destacada nos pronunciamentos. 
Integrantes da juventude do PSDB de 11 estados estiveram presentes ao ato e anunciaram que se mobilizarão nas ruas e nas redes sociais para defender a CPI. Para o próximo dia 7 de setembro, por exemplo, estão previstos eventos em mais de 20 capitais promovidos por grupos de brasileiros inconformados com as sucessivas denúncias. Parlamentares de partidos aliados, como Reguffe (PDT-DF), também prestigiaram o evento.
Até o momento 126 deputados e 20 senadores assinaram o pedido de CPI. Ou seja, faltam 45 apoios na Câmara e sete no Senado. Para a oposição, é plenamente possível chegar a este número, até porque a comissão de inquérito é uma bandeira da própria sociedade, inconformada com tantos desmandos no governo petista. Para verificar quem já assinou, basta acessar o site cpidacorrupcao.blogspot.com, lançado oficialmente no último dia 17.
Dilma nunca recebeu ministro da CGU
Após destacar que a enxurrada de escândalos já provocou a saída de quatro ministros e envolvem outros cinco (Turismo, Cidades, Comunicações, Casa Civil e Relações Institucionais), o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), apresentou um dado que coloca por terra a tese da faxina de Dilma: de 1º de janeiro até hoje, a petista não recebeu uma vez sequer no Planalto o controlador-geral da União, Jorge Hage, chefe de um órgão que tem como missão principal defender o patrimônio público. E mais: a Associação dos Fiscais e Auditores da CGU não está tendo dinheiro para as diárias necessárias ao trabalho de fiscalização.
Diante deste quadro, Nogueira acredita que não resta outro instrumento senão a instalação da CPI. “Sem ela, a corrupção vai ganhar da decência”, alertou. “É fundamental o apoio da sociedade para conquistar as assinaturas necessárias para criar a comissão, promover o afastamento dos envolvidos, avaliar os danos, puni-los exemplarmente e cobrar a devolução do que foi desviado”, completou Nogueira.
Já o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), contestou de forma veemente a tese da faxina prometida por Dilma e cobrou investigação da atuação do PT no governo, legenda que detém a maior parte dos ministérios e dos cargos. “Somente assim atingiremos o núcleo da corrupção”, afirmou o tucano. “Precisamos desfazer a tese de que Dilma teve qualquer interesse em fazer faxina. Na verdade, eles não tem qualquer cerimônia em fazer populismo e enganar o povo”, alertou o deputado, que clamou a todos a participar e manter vivo o esforço da oposição no combate à corrupção.
Por sua vez, o líder da Minoria na Câmara, Paulo Abi-Ackel (MG), alertou que o país perde R$ 3,5 bilhões com a corrupção, segundo cálculo da Fundação Getúlio Vargas. Este dinheiro faz falta numa nação onde 40% das casas não possuem saneamento adequado, 14 milhões não sabem ler e escrever, a infraestrutura é precária e reina o aparelhamento do Estado pelos “companheiros” e a ineficiência. “Vamos às ruas se for preciso, mas sobretudo pedir aos parlamentares para assinar a CPI mais importante dos últimos tempos em nosso país”, defendeu.
Para o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), nunca em tempo algum uma CPI se justifica como esta, dados os escândalos que se repetem e fazem crescer indignação em todo o país. Prova disso é que uma proposta apresentada pelo senador Pedro Taques (PDT-MT) que transforma corrupção em crime hediondo recebeu o apoio de mais de 230 mil pessoas em menos de duas semanas. “Ou o Congresso instala a CPI ou será atropelado pela opinião pública deste país”, alertou o tucano, que também chamou a faxina prometida por Dilma de “encenação”.