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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

CASO SAMU

O Fantástico apresentou na edição de ontem (25/09/20110), a triste radiografia de um serviço público essencial: as ambulâncias do Brasil precisam de socorro. A equipe do Fantástico percorreu sete estados e, além de flagrantes absurdos de precariedade, descobriram que mais de 1,2 mil ambulâncias novas estão paradas, abandonadas - um desperdício de dinheiro público.
SAMU de Porto Feliz está parada há 1 ano no Batalhão do
Corpo de Bombeiros sem funcionar
Um homem sofre convulsões e é resgatado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atende 112 milhões de brasileiros. Em um acidente de trânsito, uma mulher precisa de socorro, e também é o Samu que entra em ação. “Mesmo o rico, o pobre, toda pessoa pode sofrer um acidente, e o primeiro atendimento é o Samu”, afirma o procurador da República Alan Mansur Silva.
Mas, no Brasil inteiro, o péssimo estado de muitas ambulâncias prejudica o socorro. Uma ambulância só tem um limpador de para-brisa. O óleo está vazando, e a tampa do reservatório de água é uma luva cirúrgica improvisada. Quando chove, pinga dentro da ambulância, inclusive na cabeça do paciente.
Para registrar flagrantes, as equipes percorreram sete estados. Em quatro semanas, a equipe do Fantástico rodou mais de três mil quilômetros. Dezenas de denúncias foram recebidas e investigadas.
Segundo o Ministério da Saúde, 281 veículos foram enviados em 2010 e neste ano para São Paulo. Ao todo, 242 estão parados (INCLUSIVE A SAMU DE PORTO FELIZ), espalhados por quase todo o estado. No caso paulista, as ambulâncias são entregues diretamente às prefeituras.
O Ministério da Saúde informou que, agora, os municípios têm 90 dias, a contar do recebimento da ambulância, para iniciar o atendimento. Com uma novidade: a fiscalização vai ser informatizada e em tempo real.
“Vamos ter o controle do funcionamento real de cada ambulância, de cada Samu municipal ou regional. Nós estamos aprimorando os controles para o bom uso do recurso público”, afirmou Helvécio Magalhaes Junior, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.
Ambulâncias paradas podem ser remanejadas para outras cidades. “Nós determinamos um ofício aos municípios e estados cobrando uma solução. Nós não podemos permitir que ambulâncias fiquem paradas e as pessoas precisando”, acrescentou Helvécio Magalhaes Junior, do Ministério da Saúde.
A voz de quem sofre com o apagão da saúde pública a de ser mais forte que dos cansados que sofreram com o apagão aéreo. Os necessitados da saúde estão cansados, mas não têm a quem recorrer, e ainda tem que batalhar todo o dia pra conseguir mais uma consulta. Diante desta realidade - que não é vista como novidade, mas como um problema que já se tornou crônico e exige solução rápida - quem mais sofre é a população carente, que depende exclusivamente dos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde).

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